A grande viagem desta existência começa quando despertamos para o auge de nossa juventude.
É um período mágico, onde sensações e emoções afloram a flor da pele.
É um período onde todo o sonho pode ser possível e o impossível é apenas uma palavra solta em nosso vocabulário.
Há uma efervecência e ebulição a cada átomo de nosso corpo, e somos compelidos a seguir desafiando padrões e sistemas.
Hoje, percebemos com espanto, que este momento único e tão particular da juventude está se desmanchando no ar.
Vemos jovens no seu ápice, porém, totalmente desconectados de buscarem efetivar seus sonhos e os projetar nesta perspectiva de futuro.
Preocupados com seus gadgets e totalmente absortos em buscar eternizar seus momentos “instagramáveis”, estão deixando de viver seus sonhos particulares imersos neste universo paralelo, vivendo a vida de outros, e comprando padrões que não os representam.
Espantosamente a juventude tornou-se robotizada deixando de ser a protagonista de seus próprios padrões, passando a comprar os sonhos projetados pela monetização do marketing de terceiros.
Onde este sonho juvenil tomou outro rumo?
Onde criar sua própria trajetória deixou de ser algo que motivasse uma geração e passou a ser algo que esta juventude deveria comprar como um pacote pronto?
Urge sabermos as respostas, pois, o que está em jogo é a trajetória de uma geração que acordou desprovida desta mola propulsora chamada sonho, chamada desejo, chamada mudança.
E isto, não se traduz em um corte novo de cabelo, ou as curtidas na sua rede social, ou a aquisição do último modelo de um telefone móvel.
A grande chave da juventude é justamente a imensa capacidade de romper padrões, de se organizar, de mudar sistemas políticos de participar ativamente da vida em sociedade e de infuenciar esta mesma sociedade, de preconizar novas ideias, de se mobilizar em pról de uma causa, de usar sua força criativa e ativa para recriar novos mundos e possibilidades.
O mundo precisa desta juventude e a juventude precisa despertar deste torpor para ascender a esta realidade da qual ela é protagonista e que sem ela a perspectiva de futuro perderá os tons coloridos desta natural efervecência para desabrochar em um futuro absolutamente previsível e enfadonho.
Solange Biolcatti – 16/11/21.
Bem apropriado este texto e certeiro mas,talvez nós adultos tenhamos uma parcela de responsabilidade quando tornamos tudo fácil demais para os mais jovens
Não permitindo que lutem e sofram com suas decepções ¹
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Muito bom, a juventude dos anos sessenta, essa juventude que perseguiu um sonho de transformar a sociedade num mundo melhor, marcou muito nosso imaginário, mas não é só a tecnologia/redes sociais que os acomodaram, acho que o otimismo não está mais presente.
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