Tempos frenéticos.
Mundo hermético.
Sorriso sintético.
Relações diluídas no conforto das telas protetoras dos computadores, laptops, tablets, celulares onde a exposição é velada e os sentimentos expostos restrimgem-se a emoticons e pequenos sinais de like’s.
Tribos divididas na grande aldeia Terra.
Nunca estivémos tão próximos e tão milimetricamente separados por gostos, tendências, expectativas.
Nunca o mundo esteve tão conectado, informado, engajado, personalizado mas essencialmente vazio.
Rostos sorridentes e takes deslumbrantes invadem as redes sociais, mas, pessoas sufocadas invadem terapeutas em busca de lenitivos para alcançar a tão sonhada felicidade.
Do que realmente precisamos?
O que buscamos?
O que é verdadeiramente nossa essência?
O que ou quem sou eu?
Talvez este seja o exercício de uma vida inteira. Buscar o que verdadeiramente possa preencher as lacunas desta experiência fascinante e desafiante que é o ato de viver.
Talvez o que realmente possa completar nossa finitude, seja um sorriso próximo e um brilho despretencioso do olhar.
Talvez nesta dança da vida, pessoas reais em um mundo real tragam aquilo que seja novamente o sal da terra.
Solange Biolcatti – 30/01/2017.