Pela manhã o corpo lentamente desperta e preguiçosamente sente os primeiros raios da manhã. Atenta-se para o momento tristonho de ter que separar-se do outro que estava a seu lado.
Ainda, sem obedecer direito, procura entre o olhar espremido, forçar a visão para a hora da partida.
Percebe como que por instinto, a aproximação do outro, e ali, condensa toda a vontade de ficar e esforça-se por balbuciar algumas palavras.
Em vão nutre a esperança de eternizar o momento e sem forças rende-se aceitando então a despedida. Posto que tudo é esta chama ardente, explode em múltiplas faíscas sentindo o toque das mãos e das bocas unidas e fica ali em êxtase buscando sorver cada minuto daquele momento eterno.
Sente então que tudo se funde, e que o amor se expressa nesta dança inexplicável de duas almas que se encontraram muito antes dali e então sorri.
02/02/17.